Política domina cena, mas decisões empresariais estão no foco

O encerramento do prazo para realização das convenções partidárias no próximo domingo (5 de agosto) e registro das candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral (15 de agosto) faz com que a Política domine a cena doméstica, mas há uma agenda de decisões sobre empresas públicas e privadas a ser destrinchada e com potencial para impactar os negócios.

A Eletrobras realiza, na tarde desta segunda-feira, assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir a situação de distribuidoras deficitárias. A holding propõe prorrogar de 31 de julho para 31 de dezembro a operação com essas distribuidoras.

Em 2016, a Eletrobras decidiu não renovar a concessão das distribuidoras. Desde então, tem operado as concessionárias de forma provisória. A decisão da estatal – tomada na época –foi vender as distribuidoras e, caso a venda não ocorra, liquidá-las. Assim, a assembleia que pedirá a prorrogação da Eletrobras na operação das distribuidoras dará tempo para que a elétrica acompanhe o leilão das cinco distribuidoras restantes da companhia (Amazonas Distribuidora de Energia, Eletroacre, Ceron, Boa Vista Energia e Ceal). A medida também é importante para dar tempo ao cumprimento dos trâmites de transferência do controle da Cepisa da Eletrobras para a Equatorial Energia, vencedora do leilão de privatização da distribuidora piauiense na semana passada.

Se a AGE não aprovar a proposta, a Eletrobrás terá de liquidar as cinco distribuidoras deficitárias na quarta-feira e arcar com um custo estimado em R$ 23 bilhões. Se a assembleia aprovar a proposta, a Amazonas Distribuidora, Eletroacre, Ceron e Boa Vista Energia serão colocadas à venda em leilão agendado para 30 de agosto. A Ceal – distribuidora do Estado de Alagoas – integra o lote, mas uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) barra a operação.

Nesta semana, sindicatos ligados aos funcionários da Eletrobras retomarão reuniões com senadores para impedir a aprovação do projeto de lei que viabiliza financeiramente as quatro distribuidoras da região Norte para a privatização.

A operação Embraer/Boeing é outra em destaque entre analistas e investidores. A compra de parte da Embraer pela Boeing e a criação de uma segunda empresa para atual no setor de Defesa ainda está na fase do memorando de entendimentos. Dada a natureza da operação, que não se resumiu à aquisição de parte da Embraer pela gigante norte-americana, o desfecho do negócio dependerá de acionistas minoritários, governo e reguladores do setor aéreo. O plenário da Câmara deve discutir os termos dessa operação e eventuais consequências para a segurança nacional e para os trabalhadores.

A americana International Paper (IP) e a indonésia Royal Gold Eagle (RGE) solicitaram ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) participar do processo que vai julgar a compra da Fibria pela Suzano Papel e Celulose. A IP aponta que suas atividades, inclusive sua relação com a Fibria em Sete Lagoas, Mato Grosso do Sul, podem ser afetadas pela operação.

Fonte: Site Valor Econômico

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